sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Alunos de Medicina da UM aguardam por novo hospital
Os alunos de Medicina da Universidade do Minho aguardam a construção do novo hospital de Braga, uma peça importante na formação dos novos médicos, que tem sido sucessivamente adiada.
Há um ano, na inauguração do edifício da Escola de Ciências da Saúde, o então ministro Correia de Campos reiterou 2010 como a data para a abertura da nova unidade hospitalar, num regime de parceria público-privada.
Entretanto, o gabinete da actual titular da pasta da Saúde, Ana Jorge, em resposta a um requerimento do deputado social-democrata Miguel Macedo, apontou para 2012 a entrada em funcionamento do novo hospital de Braga.
O vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) João Firmino sublinha que a nova infra-estrutura será uma mais-valia no processo formativo dos clínicos, na medida em que terá melhores instalações, facilitará a ida dos médicos à Escola devido à proximidade dos imóveis e evitará a deslocação dos alunos para unidades distantes do estabelecimento de ensino.
O presidente da Alumni Medicina – Associação de Antigos Estudantes de Medicina da Universidade do Minho lembra que, «na Escola de Ciências da Saúde, a formação clínica é multicêntrica, pelo que os alunos têm contacto com a realidade de vários hospitais». Pedro Morgado diz que «este sistema favorece o contacto com realidades diferentes, o que é muito importante para o processo formativo de um estudante de Medicina». Por outro lado, «minimiza os possíveis impactos de atrasos como o que se tem verificado na construção do novo hospital de Braga».
Os estudantes da academia minhota têm formação nos hospitais de São Marcos (Braga), Senhora da Oliveira (Guimarães) e Centro Hospitalar do Alto Minho (Viana do Castelo). Segundo João Firmino, esta dispersão levanta alguns problemas relacionados com as deslocações, uma vez que os alunos têm de custear as viagens e por vezes pernoitar fora da cidade onde está localizada a escola.
Por seu turno, a médica recém-formada pela Escola de Ciências da Saúde Marina Gonçalves considera que é importante a construção do novo hospital de Braga, de forma a garantir a qualidade da formação dos novos clínicos.
«Com o aumento do número de estudantes que estão a frequentar o curso – no início havia 50 alunos e agora já vai em cerca de 130 –, pode registar-se uma diminuição da atenção que o tutor no hospital dedica a cada pessoa. Uma coisa é um grupo de quatro estudantes, outra completamente diferente é com o dobro das pessoas. Da mesma forma, também fazer uma história clínica em conjunto é muito distinto de fazer esse trabalho individualmente, pois aí não há quem nos socorra em caso de algum embaraço», afirma.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
«O bom médico distingue-se por saber lidar com as pessoas»
A visão humanista deixada pelo professor Pinto Machado, uma forte vertente prática, a auto-aprendizagem e o incentivo à investigação são alguns dos factores que tornam único o curso de Medicina da Universidade do Minho. A Escola de Ciências da Saúde celebrou a 8 de Outubro o seu dia, com uma homenagem a Joaquim Pinto Machado, numa sessão que inclui a intervenção de Joseph Gonnella.
O vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) João Firmino destaca os valores humanistas incutidos pelo mentor do curso, que se traduzem em frases como «o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe» ou «o doente, para além de doenças, tem dolências». «O bom médico distingue-se mais por saber lidar com as pessoas, por saber ouvir e falar, por compreender, do que pelos seus conhecimentos técnicos», afirma.
O mesmo dirigente refere que a Escola «tenta incutir um carácter muito prático a tudo o que ensina». Os alunos são também incentivados «a fazer a auto-aprendizagem», ou seja, a construírem o seu próprio conhecimento a partir das linhas-mestras e das referências bibliográficas dadas pelos professores». «Esta é uma técnica bastante inovadora em Portugal», sustenta, embora admitindo que este método de trabalho exige «um esforço muito intenso e continuado» por parte dos estudantes.
Não obstante a carga de trabalho que a formação exige, João Firmino destaca a importância da participação em actividades que não tenham directamente a ver com os estudos. É nesse sentido que o NEMUM tem orientado os seus projectos, que visam promover a interacção entre os alunos. Esta actuação tornou-se mais premente com a mudança para o novo edifício, uma vez que os estudantes de Medicina passaram a estar mais isolados dos colegas de outros cursos.
Por seu turno, o presidente da Alumni Medicina – Associação de Antigos Estudantes de Medicina da Universidade do Minho, que terminou o curso há um ano, afirma que a Escola lhe «proporcionou oportunidades de elevada qualidade» para aprender a desempenhar aquela que é hoje a sua profissão.
«As grandes mais-valias do projecto são a integração de conhecimento, o empenho e a motivação de todos os elementos que o compõem e o rigor na avaliação das competências e dos conhecimentos. O contacto com a clínica desde os primeiros anos e a aposta no regresso às ciências moleculares nos anos mais elevados do curso é outra das grandes inovações deste curso que se constitui como uma séria mais-valia», afirma Pedro Morgado.
Em relação à Alumni Medicina, o médico explica que esta associação «procura que os antigos alunos mantenham uma ligação umbilical com a Escola de Ciências da Saúde, seja através de projectos de formação científica, iniciativas culturais ou empenho em actividades de intervenção social».
«Alumni Medicina procura assumir-se como um dos elos possíveis, mas há mais. Os médicos formados na UM poderão continuar a manter a ligação à escola através da Investigação Científica que se desenvolve no ICVS, através do Laboratório de Aptidões Clínicas ou através da oferta de cursos de pós-graduação», acrescenta.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
O vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) João Firmino destaca os valores humanistas incutidos pelo mentor do curso, que se traduzem em frases como «o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe» ou «o doente, para além de doenças, tem dolências». «O bom médico distingue-se mais por saber lidar com as pessoas, por saber ouvir e falar, por compreender, do que pelos seus conhecimentos técnicos», afirma.
O mesmo dirigente refere que a Escola «tenta incutir um carácter muito prático a tudo o que ensina». Os alunos são também incentivados «a fazer a auto-aprendizagem», ou seja, a construírem o seu próprio conhecimento a partir das linhas-mestras e das referências bibliográficas dadas pelos professores». «Esta é uma técnica bastante inovadora em Portugal», sustenta, embora admitindo que este método de trabalho exige «um esforço muito intenso e continuado» por parte dos estudantes.
Não obstante a carga de trabalho que a formação exige, João Firmino destaca a importância da participação em actividades que não tenham directamente a ver com os estudos. É nesse sentido que o NEMUM tem orientado os seus projectos, que visam promover a interacção entre os alunos. Esta actuação tornou-se mais premente com a mudança para o novo edifício, uma vez que os estudantes de Medicina passaram a estar mais isolados dos colegas de outros cursos.
Por seu turno, o presidente da Alumni Medicina – Associação de Antigos Estudantes de Medicina da Universidade do Minho, que terminou o curso há um ano, afirma que a Escola lhe «proporcionou oportunidades de elevada qualidade» para aprender a desempenhar aquela que é hoje a sua profissão.
«As grandes mais-valias do projecto são a integração de conhecimento, o empenho e a motivação de todos os elementos que o compõem e o rigor na avaliação das competências e dos conhecimentos. O contacto com a clínica desde os primeiros anos e a aposta no regresso às ciências moleculares nos anos mais elevados do curso é outra das grandes inovações deste curso que se constitui como uma séria mais-valia», afirma Pedro Morgado.
Em relação à Alumni Medicina, o médico explica que esta associação «procura que os antigos alunos mantenham uma ligação umbilical com a Escola de Ciências da Saúde, seja através de projectos de formação científica, iniciativas culturais ou empenho em actividades de intervenção social».
«Alumni Medicina procura assumir-se como um dos elos possíveis, mas há mais. Os médicos formados na UM poderão continuar a manter a ligação à escola através da Investigação Científica que se desenvolve no ICVS, através do Laboratório de Aptidões Clínicas ou através da oferta de cursos de pós-graduação», acrescenta.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
Má gestão dos recursos mais graves que escassez de médicos
O presidente da Alumni Medicina – Associação de Antigos Estudantes de Medicina da Universidade do Minho considera que «os problemas do sistema de saúde estão bem mais dependentes da gestão de recursos do que da escassez de médicos».
Pedro Morgado salienta que a «Organização Mundial de Saúde fala em uma escola para cada dois milhões de habitantes, o que significa que deviam existir cinco escolas médicas em Portugal. O país tem nove e há notícias de que mais estarão para abrir». No entanto, o clínico admite que «para quem está à espera de uma consulta é muito difícil compreender estes números».
O médico recorda o que sucede com os enfermeiros: «apesar de haver carências nos hospitais, sistematicamente denunciadas pela Ordem dos Enfermeiros e pelos Sindicatos, há milhares de enfermeiros no desemprego».
Em seu entender, «tem de haver um equilíbrio entre as necessidades do país em termos de médicos e a qualidade da formação».
Esta posição é partilhada pelo vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho João Firmino. Na esteira da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, este dirigente argumenta que «a alteração dos “numerus clausus” pode comprometer gravemente a qualidade da formação», pelo que a decisão de aumentar o número de vagas «só deve ser tomada depois de bem ponderada».
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
Pedro Morgado salienta que a «Organização Mundial de Saúde fala em uma escola para cada dois milhões de habitantes, o que significa que deviam existir cinco escolas médicas em Portugal. O país tem nove e há notícias de que mais estarão para abrir». No entanto, o clínico admite que «para quem está à espera de uma consulta é muito difícil compreender estes números».
O médico recorda o que sucede com os enfermeiros: «apesar de haver carências nos hospitais, sistematicamente denunciadas pela Ordem dos Enfermeiros e pelos Sindicatos, há milhares de enfermeiros no desemprego».
Em seu entender, «tem de haver um equilíbrio entre as necessidades do país em termos de médicos e a qualidade da formação».
Esta posição é partilhada pelo vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho João Firmino. Na esteira da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, este dirigente argumenta que «a alteração dos “numerus clausus” pode comprometer gravemente a qualidade da formação», pelo que a decisão de aumentar o número de vagas «só deve ser tomada depois de bem ponderada».
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
Uma opção de vida definida em frente à televisão
Marina Gonçalves é uma jovem médica formada pela Escola de Ciências da Saúde
«Ser médico é uma opção de vida. Uma vida que não é para dedicar apenas a nós próprios, mas também aos outros, mesmo que isso implique sair mais tarde do trabalho, seja porque se esteve numa medida interventiva terapêutica ou a passar a mão pela cabeça de um paciente. Ser médico é dar uma parte de nós à pessoa que está à nossa frente».
É assim que Marina Gonçalves encara a profissão que escolheu e tem a certeza de ser uma opção «para a vida inteira». Esta bracarense de 26 anos terminou no passado dia 31 de Julho o Mestrado Integrado em Medicina na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, pelo que está no grupo dos diplomados de 2008 que foram apresentados na cerimónia que assinalou o dia deste estabelecimento de ensino.
A jovem admite que tem uma «visão idealista da medicina», mas espera mantê-la ao longo de toda a carreira profissional, que pode passar pela cirurgia plástica, pela ginecologia/obstetrícia ou pela medicina geral e familiar, dependendo da nota do exame de acesso à especialidade.
A área da saúde sempre fez parte das aspirações de Marina Gonçalves, que chegou a querer ser enfermeira. Foi em frente à televisão, a ver a série “Chicago Hope”, que descobriu o que queria fazer. «É isto que eu quero para a minha vida», exclamou em frente ao programa que passava na SIC.
Pensou em desistir da ideia de entrar em Medicina, ainda antes de concorrer ao ensino superior: diziam-lhe que ia ter muito trabalho para fazer o curso e que ia deixar de ter vida própria. Contudo, as boas referências em relação à formação, a proximidade da universidade e o conhecimento das infra-estruturas da academia minhota foram factores decisivos para Marina Gonçalves ter voltado a tentar Medicina, mesmo depois de já ser aluna de outro curso da UM, por não ter conseguido vaga no primeiro ano em que concorreu.
A jovem notou, de facto, a diferença entre o ritmo de trabalho do 12.º ano, que se faz «a brincar», e o 1.º ano do curso de Medicina. «Desisti das actividades no 1.º ano, porque não as conseguia conciliar com uma carga horária muito grande. No 2.º ano retomei-as, porque não conseguia viver sem elas», explica, sublinhando que, ao contrário do que algumas pessoas ainda pensam, os alunos de Medicina são iguais aos outros universitários: também saem, namoram, vão ao ginásio, andam na tuna ou participam no Enterro da Gata...
Pôr em prática o que aprendeu
Marina Gonçalves sentiu-se bem recebida nas Unidades de Saúde por onde passou. Depois de terminado o curso, a jovem admite que «a realidade não é a adrenalina que se vê nas séries de televisão», mas sublinha que, à medida que a formação avança, os alunos começam a «ter a noção do que podem fazer». «Mesmo na enfermaria, é muito gratificante ver a evolução clínica dos doentes», afirma.
Ao fim de seis anos de formação, a médica diz «aleluia!». A fase que se segue é «tentar pôr em prática da melhor maneira possível o que se aprendeu, quer do ponto de vista teórico, quer das relações interpessoais, pois ser médico não é apenas pôr em prática o que se aprendeu de medicina».
O futuro profissional será determinado pelo Exame de Acesso à Especialidade, conhecido entre os alunos por “Exame Harrison”, que consiste em responder a perguntas sobre cinco temas de um livro.
Esta clínica defende que o teste deveria permitir «uma abordagem mais abrangente do que se aprende ao longo do curso», à semelhança do que acontece, por exemplo, com o exame do “National Board of Medical Examiners”, dos EUA, que, para além de questões sobre as áreas básicas e sobre os temas incluídos no "Exame Harrison", contempla perguntas sobre psiquiatria, pediatria, ginecologia, obstetrícia ou cirurgia, áreas fundamentais que não são abordadas na prova portuguesa.
«Se um aluno não sabe responder a pelo menos metade das perguntas daquele exame [National Board], provavelmente não deveria estar a concluir a sua formação», sustenta.
Num país com tradições no uso do «factor c», a jovem não vê com bons olhos a possibilidade de fazer depender o acesso à especialidade de uma entrevista.
Em relação ao mercado de trabalho, a Marina Gonçalves mostra-se reticente em relação às directivas “produtivistas”, que fazem depender o salário do médico da sua produtividade. «Uma consulta de medicina geral e familiar, por exemplo, não se faz em cinco minutos. É preciso ter tempo para dar atenção ao paciente. Será muito negativo se as pessoas se sentirem corridas e que ninguém lhes presta atenção», declara, lembrando, no entanto, que a casa dos médicos também chegam contas para pagar, pelo que se irão adaptar às regras que forem definidas.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
«Ser médico é uma opção de vida. Uma vida que não é para dedicar apenas a nós próprios, mas também aos outros, mesmo que isso implique sair mais tarde do trabalho, seja porque se esteve numa medida interventiva terapêutica ou a passar a mão pela cabeça de um paciente. Ser médico é dar uma parte de nós à pessoa que está à nossa frente».
É assim que Marina Gonçalves encara a profissão que escolheu e tem a certeza de ser uma opção «para a vida inteira». Esta bracarense de 26 anos terminou no passado dia 31 de Julho o Mestrado Integrado em Medicina na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, pelo que está no grupo dos diplomados de 2008 que foram apresentados na cerimónia que assinalou o dia deste estabelecimento de ensino.
A jovem admite que tem uma «visão idealista da medicina», mas espera mantê-la ao longo de toda a carreira profissional, que pode passar pela cirurgia plástica, pela ginecologia/obstetrícia ou pela medicina geral e familiar, dependendo da nota do exame de acesso à especialidade.
A área da saúde sempre fez parte das aspirações de Marina Gonçalves, que chegou a querer ser enfermeira. Foi em frente à televisão, a ver a série “Chicago Hope”, que descobriu o que queria fazer. «É isto que eu quero para a minha vida», exclamou em frente ao programa que passava na SIC.
Pensou em desistir da ideia de entrar em Medicina, ainda antes de concorrer ao ensino superior: diziam-lhe que ia ter muito trabalho para fazer o curso e que ia deixar de ter vida própria. Contudo, as boas referências em relação à formação, a proximidade da universidade e o conhecimento das infra-estruturas da academia minhota foram factores decisivos para Marina Gonçalves ter voltado a tentar Medicina, mesmo depois de já ser aluna de outro curso da UM, por não ter conseguido vaga no primeiro ano em que concorreu.
A jovem notou, de facto, a diferença entre o ritmo de trabalho do 12.º ano, que se faz «a brincar», e o 1.º ano do curso de Medicina. «Desisti das actividades no 1.º ano, porque não as conseguia conciliar com uma carga horária muito grande. No 2.º ano retomei-as, porque não conseguia viver sem elas», explica, sublinhando que, ao contrário do que algumas pessoas ainda pensam, os alunos de Medicina são iguais aos outros universitários: também saem, namoram, vão ao ginásio, andam na tuna ou participam no Enterro da Gata...
Pôr em prática o que aprendeu
Marina Gonçalves sentiu-se bem recebida nas Unidades de Saúde por onde passou. Depois de terminado o curso, a jovem admite que «a realidade não é a adrenalina que se vê nas séries de televisão», mas sublinha que, à medida que a formação avança, os alunos começam a «ter a noção do que podem fazer». «Mesmo na enfermaria, é muito gratificante ver a evolução clínica dos doentes», afirma.
Ao fim de seis anos de formação, a médica diz «aleluia!». A fase que se segue é «tentar pôr em prática da melhor maneira possível o que se aprendeu, quer do ponto de vista teórico, quer das relações interpessoais, pois ser médico não é apenas pôr em prática o que se aprendeu de medicina».
O futuro profissional será determinado pelo Exame de Acesso à Especialidade, conhecido entre os alunos por “Exame Harrison”, que consiste em responder a perguntas sobre cinco temas de um livro.
Esta clínica defende que o teste deveria permitir «uma abordagem mais abrangente do que se aprende ao longo do curso», à semelhança do que acontece, por exemplo, com o exame do “National Board of Medical Examiners”, dos EUA, que, para além de questões sobre as áreas básicas e sobre os temas incluídos no "Exame Harrison", contempla perguntas sobre psiquiatria, pediatria, ginecologia, obstetrícia ou cirurgia, áreas fundamentais que não são abordadas na prova portuguesa.
«Se um aluno não sabe responder a pelo menos metade das perguntas daquele exame [National Board], provavelmente não deveria estar a concluir a sua formação», sustenta.
Num país com tradições no uso do «factor c», a jovem não vê com bons olhos a possibilidade de fazer depender o acesso à especialidade de uma entrevista.
Em relação ao mercado de trabalho, a Marina Gonçalves mostra-se reticente em relação às directivas “produtivistas”, que fazem depender o salário do médico da sua produtividade. «Uma consulta de medicina geral e familiar, por exemplo, não se faz em cinco minutos. É preciso ter tempo para dar atenção ao paciente. Será muito negativo se as pessoas se sentirem corridas e que ninguém lhes presta atenção», declara, lembrando, no entanto, que a casa dos médicos também chegam contas para pagar, pelo que se irão adaptar às regras que forem definidas.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
Média acima dos 19 valores não é missão impossível
Um grupo de caloiros alinha-se em frente à Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho a cantar, envergando um fato de macaco amarelo.
Entre os alunos que entraram este ano em Medicina está Susana Fernandes, de Amares, que tem 18 anos. Esta jovem entrou com média de 19,33, um valor bem mais elevado do que os 18,27 do último estudante colocado na primeira fase de acesso ao ensino superior no curso da academia bracarense.
Susana Fernandes admite que teve de estudar bastante, mas conseguir uma média acima dos 19 não foi missão impossível.
Desde que soube as notas dos exames que passou a acreditar que iria entrar em Medicina e na sua primeira opção, o estabelecimento de ensino superior mais perto de casa.
Medicina não é um sonho acalentado desde a infância, mas uma possibilidade que se foi perfilando à medida que os resultados escolares iam aparecendo.
A aluna tem uma especial predilecção por Matemática, pelo que até pensou em ser professora dessa disciplina. Como gosta de ciências e Medicina é um curso com boas perspectivas profissionais, Susana Fernandes acabou por optar por esta formação.
Apesar de ainda não ter tido aulas práticas, a jovem não se mostra particularmente assustada. O volume de trabalho e a documentação em Inglês causam-lhe alguma apreensão, mas é algo com o qual vai aprender a lidar.
A possibilidade de alguém lhe morrer nas mãos já passou pela cabeça de Susana Fernandes. A estudante sublinha que tem seis anos pela frente, pelo que terá muito tempo para se preparar.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
Entre os alunos que entraram este ano em Medicina está Susana Fernandes, de Amares, que tem 18 anos. Esta jovem entrou com média de 19,33, um valor bem mais elevado do que os 18,27 do último estudante colocado na primeira fase de acesso ao ensino superior no curso da academia bracarense.
Susana Fernandes admite que teve de estudar bastante, mas conseguir uma média acima dos 19 não foi missão impossível.
Desde que soube as notas dos exames que passou a acreditar que iria entrar em Medicina e na sua primeira opção, o estabelecimento de ensino superior mais perto de casa.
Medicina não é um sonho acalentado desde a infância, mas uma possibilidade que se foi perfilando à medida que os resultados escolares iam aparecendo.
A aluna tem uma especial predilecção por Matemática, pelo que até pensou em ser professora dessa disciplina. Como gosta de ciências e Medicina é um curso com boas perspectivas profissionais, Susana Fernandes acabou por optar por esta formação.
Apesar de ainda não ter tido aulas práticas, a jovem não se mostra particularmente assustada. O volume de trabalho e a documentação em Inglês causam-lhe alguma apreensão, mas é algo com o qual vai aprender a lidar.
A possibilidade de alguém lhe morrer nas mãos já passou pela cabeça de Susana Fernandes. A estudante sublinha que tem seis anos pela frente, pelo que terá muito tempo para se preparar.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
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