A visão humanista deixada pelo professor Pinto Machado, uma forte vertente prática, a auto-aprendizagem e o incentivo à investigação são alguns dos factores que tornam único o curso de Medicina da Universidade do Minho. A Escola de Ciências da Saúde celebrou a 8 de Outubro o seu dia, com uma homenagem a Joaquim Pinto Machado, numa sessão que inclui a intervenção de Joseph Gonnella.
O vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) João Firmino destaca os valores humanistas incutidos pelo mentor do curso, que se traduzem em frases como «o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe» ou «o doente, para além de doenças, tem dolências». «O bom médico distingue-se mais por saber lidar com as pessoas, por saber ouvir e falar, por compreender, do que pelos seus conhecimentos técnicos», afirma.
O mesmo dirigente refere que a Escola «tenta incutir um carácter muito prático a tudo o que ensina». Os alunos são também incentivados «a fazer a auto-aprendizagem», ou seja, a construírem o seu próprio conhecimento a partir das linhas-mestras e das referências bibliográficas dadas pelos professores». «Esta é uma técnica bastante inovadora em Portugal», sustenta, embora admitindo que este método de trabalho exige «um esforço muito intenso e continuado» por parte dos estudantes.
Não obstante a carga de trabalho que a formação exige, João Firmino destaca a importância da participação em actividades que não tenham directamente a ver com os estudos. É nesse sentido que o NEMUM tem orientado os seus projectos, que visam promover a interacção entre os alunos. Esta actuação tornou-se mais premente com a mudança para o novo edifício, uma vez que os estudantes de Medicina passaram a estar mais isolados dos colegas de outros cursos.
Por seu turno, o presidente da Alumni Medicina – Associação de Antigos Estudantes de Medicina da Universidade do Minho, que terminou o curso há um ano, afirma que a Escola lhe «proporcionou oportunidades de elevada qualidade» para aprender a desempenhar aquela que é hoje a sua profissão.
«As grandes mais-valias do projecto são a integração de conhecimento, o empenho e a motivação de todos os elementos que o compõem e o rigor na avaliação das competências e dos conhecimentos. O contacto com a clínica desde os primeiros anos e a aposta no regresso às ciências moleculares nos anos mais elevados do curso é outra das grandes inovações deste curso que se constitui como uma séria mais-valia», afirma Pedro Morgado.
Em relação à Alumni Medicina, o médico explica que esta associação «procura que os antigos alunos mantenham uma ligação umbilical com a Escola de Ciências da Saúde, seja através de projectos de formação científica, iniciativas culturais ou empenho em actividades de intervenção social».
«Alumni Medicina procura assumir-se como um dos elos possíveis, mas há mais. Os médicos formados na UM poderão continuar a manter a ligação à escola através da Investigação Científica que se desenvolve no ICVS, através do Laboratório de Aptidões Clínicas ou através da oferta de cursos de pós-graduação», acrescenta.
[Publicado no Diário do Minho, a 8 de Outubro de 2008]
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