Sérgio Denicoli lembra que a «questão da televisão sempre envolveu várias esferas», tais como «a económica, em que se incluem também os fabricantes de produtos e equipamentos, a da política e a dos telespectadores». «No caso da TDT não é diferente. Cada grupo interessado na TDT, seja em que esfera for, trabalha de acordo com a sua lógica», afirma o doutorando em Ciências da Comunicação.
Este jornalista brasileiro, que está a colaborar com o Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, explica que, «no caso do poder político, há um ciclo de trabalho periódico que culmina com as eleições. As questões políticas resolvem-se dentro desse período, muitas vezes prevendo a renovação de um mandato. Isso tem influências na TDT também».
Em relação ao mercado, refere que «é mais estável»: «As empresas que estão no mercado têm um período muito maior do que o político, mas também têm um prazo de estabelecimento».
«Quem é o alvo principal da televisão? O que é que os telespectadores esperam? Este factor também é muito importante, uma vez que não pode existir televisão sem espectadores», acrescenta.
Tendo em conta a existência destes actores, «o resultado virá a partir da forma como esses grupos se ajustam e dos lóbies mais ou menos fortes», sendo que «o produto final tem de agregar tudo e fazer com que flua da melhor forma».
«Neste momento, o grupo mais forte é o político porque é o que está à frente do processo. Futuramente pode ser ou não; podem ser as empresas ou os telespectadores. Há sempre uma influência mútua», argumenta.
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