O jornalismo desportivo é um “mundo à parte” ou deve obedecer exactamente aos mesmos critérios que noutras áreas?
O desporto é sobretudo um jogo de emoções, que não se mediatiza sem os adjectivos. Isso comporta grandes riscos, pois pode-se estar a ser parcial ao adjectivar.
Os jornalistas cometem grandes pecadilhos. Basta olhar para os títulos dos jornais desportivos para ver que os juízos de valor são extremamente frequentes, perigosos e parciais. Muitas vezes, sobretudo nos jornais, os jornalistas fazem o jogo dos empresários. Os artigos sobre os passes dos jogadores normalmente não têm fontes. O jornalista adivinhou? Mesmo nas redacções, a secção de desporto é um mundo à parte.
Os meios de comunicação social têm uma importância fundamental na mediatização do desporto?
Há uma economia fortíssima do futebol, porque existem meios de comunicação social. As marcas que estão a patrocinar os jogos só estão lá porque existem as televisões, embora agora esteja a surgir com alguma força a Internet. Mais importante do que o futebol ou o jogo propriamente dito é a economia do jogo. Trata-se de uma verdadeira indústria que tem cruzamentos com as áreas do entretenimento, da música, das marcas, da moda... Não é por acaso que temos uma marca da selecção. Saímos à rua porque somos pela selecção, mas também porque existe uma economia muito poderosa à sua volta.
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