«A primeira lição que aprendi é que aquilo que preocupa as pessoas que estão doentes é diferente daquilo que elas imaginam quando estão saudáveis. Eu tive uma preocupação que nunca tinha imaginado poder vir a ter quando pensava que um dia poderia ter uma doença grave: acabar o curso era mais importante do que ficar curado. Causava-me alguma angústia saber se ia terminar a licenciatura naquele ano ou não, uma vez que estava a começar o último ano do curso quando fiquei doente.
A segunda lição é que o sofrimento dos que estão à nossa volta é muito superior ao sofrimento percepcionado pelos doentes, que têm maior controlo sobre a situação.
A terceira lição é que o único milagre que existe é o conhecimento científico que nos permite conhecer e tratar com cada vez maior eficácia estas doenças. Não havia mais nada que a sociedade me pudesse oferecer para além do tratamento altamente potenciador de esperança, que foi sedimentado ao longo de anos de descobertas. Não acredito em Deus. Aquilo em que acreditava antes de estar doente é aquilo em que acredito hoje. Não precisei de apoio espiritual ao longo da doença».
Sobrevivente a um linfoma
«Nada acontece por acaso. A lição que eu aprendi é que temos de fazer um percurso. Nem sempre o entendemos ou aceitamos, mas temos de percorrê-lo. Descobrimos forças que desconhecemos e somos capazes de coisas que julgamos impossíveis. Só em situações-limite percebemos o verdadeiro valor do afecto. Só em casos extremos vemos que a vida vale, ao mesmo tempo, tanto e tão pouco. Não somos donos dela».
Familiar de uma mulher que morreu de cancro cólon-rectal
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