sábado, 12 de julho de 2008

Hospital entregou 78 próteses em 2007

O Movimento Vencer e Viver dá apoio no S. Marcos há seis anos. Maria Helena Sousa explica que as quatro voluntárias, que já tiveram cancro da mama e que já fizeram a reconstrução, ajudam as mulheres quando são operadas, entregam-lhes livros explicativos, dão concelhos e, sobretudo, o seu exemplo de vida.

Logo após a amputação, as mulheres recebem uma prótese provisória, feita de malha de algodão. Um mês depois, recebem a prótese de silicone e um soutien dados pelos serviços sociais da unidade hospitalar. Em 2007, houve 78 mulheres que receberam próteses e 76 que receberam soutiens.

Com 62 anos, esta voluntária diz que as mulheres chegam ao hospital imersas numa miríade de emoções. O medo predomina. Muitas vezes não conseguem comunicar o que sentem. Estão petrificadas. É-lhes, então, explicado que «é bonito viver» e que têm muitos motivos pelos quais se agarrar à vida. Algumas apercebem-se que são «cabeças de casal», que sem elas a família dificilmente conseguiria aguentar-se, mesmo do ponto de vista financeiro. Para outras mulheres, começa a luta contra a discriminação, por exemplo na subscrição de seguros.

Maria Helena Sousa diz que, apesar, de tudo «é preciso muita coragem», porque «há uma carga psicológica enorme inerente ao cancro da mama». Muitas recusam-se a aceitar o diagnóstico. Metem os papéis na gaveta à espera que passe. Também há mulheres que não dizem a doença que têm. Afirmam que tiraram um nódulo quando, na verdade, tiraram uma das mamas. A queda do cabelo e a relação física com os companheiros são as questões também muito delicadas.

A voluntária salienta que, muitas vezes, as doentes acabam por ser os esteios da família. São elas que dão apoio aos maridos e aos filhos, frequentemente alvo de troça na escola pelo facto de a mãe ter sido operada ou por usar cabeleira. «Elas vão encontrar força para arrastar a família», afirma. Para poder continuar o seu trabalho, o Movimento precisa de voluntárias, preferencialmente mulheres que tenham sobrevivido a cancro de mama, que estejam na casa dos 50 anos e que tenham a vida estabilizada.

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