sábado, 12 de julho de 2008

Empresa quer mostrar espólio num museu

A fábrica Confiança vai apresentar à Câmara Municipal de Braga um projecto para a criação de um museu. «Há um projecto para um museu, para uma exposição e estamos a trabalhar com o Turismo para, numa das ofertas de Braga, para além dos farricocos, dos galos de Barcelos e dos azulejos, se passar a ter também uma colecção de sabonetes da Fábrica Confiança», revela a responsável comercial e de marketing.

Moldes, rótulos, sabonetes, frascos, fotografias e algumas máquinas são o núcleo duro do espólio que está a aguardar divulgação. «Ninguém consegue passar por aqui sem ficar com a ideia de que um museu faz todo o sentido», afirma Cristina Maia.

A empresa guarda os moldes e cunhos que usou ao longo da sua história, alguns dos quais estão a ser reutilizados para o relançamento de linhas.

Noutro espaço, estão guardados os rótulos dos diferentes produtos e os frascos em que eram vendidos os líquidos, alguns dos quais remontam o início da história da fábrica.
A mesma responsável admite que a criação do museu seria uma forma de dar outra visibilidade à fábrica, na cidade onde existe há 113 anos e onde chegou a constituir um dos grandes pólos empregadores.

«Acho que Braga se esqueceu da Confiança, com muita pena minha que sou bracarense, também por culpa da Confiança, que sempre teve uma postura discreta, tirando nos anos 40/50, altura em que seria um dos maiores empregadores da região. A imagem da Confiança foi-se diluindo no tempo e desapareceu», admite.

No entanto, salienta que «ainda há quem valorize a Confiança, em Braga e noutros lados». «Há muita gente que ainda reconhece a marca. Ainda há muita gente que se lembra e que tem alguém da família que trabalhou ou que de alguma forma esteve ligado à Confiança. O sabão rosa Confiança é um ícone, um marco, e há-de ser sempre. As pessoas associam sabão rosa à Confiança. Nos sabonetes, eu espero que o reconhecimento também seja igual dentro em breve», completa.

A empresa chegou a ser um ponto de cultura, com uma biblioteca muito grande e com encontros de funcionários, viagens e visitas. «As pessoas sempre foram um ponto muito importante na Confiança e isso ainda hoje continua a ser um ponto de honra com os actuais donos. As pessoas são um ponto muito importante e fundamental na evolução da Confiança. Foram as pessoas que permitiram que a Confiança continuasse a existir ao longo de 113 anos, apesar das crises que foram sendo atravessadas», assegura Cristina Maia.

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