segunda-feira, 25 de maio de 2009
“A Caminho” diversifica ferramentas para a participação da comunidade
Projecto de dinamização litúrgica tem um ano de trabalho
O “A Caminho” é um bom exemplo da presença “online” da Igreja, perfeitamente integrado na Web 2.0. Caixas de comentários nos artigos, fórum, “chat” com o animador, presença no Twitter e RSS são algumas das ferramentas utilizadas, que se aliam a uma cuidada apresentação visual e de conteúdos.
O sítio na Internet surgiu há um ano, a partir de um projecto de dinamização litúrgica promovido por alguns seminaristas do Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo, em Braga, no âmbito do ano pastoral.
Na tentativa de introduzir uma nova dinâmica para a vivência do domingo, a equipa responsável pelo projecto cria, desenvolve, prepara e disponibiliza subsídios litúrgicos para quem deseja preparar convenientemente a liturgia dominical.
Mas o sítio é muito mais do que isso. É «um ponto de partilha de algumas sugestões para a liturgia, mas também de experiências e saberes da pastoral», onde é possível encontrar materiais nas áreas da catequese, música ou celebrações, bem como interagir com a equipa.
Recentemente, surgiu o projecto “Pegadas”, que tem por objectivo «fazer a ponte entre a liturgia e o mundo cultural, apresentando-o de forma independente, mas interligado com o boletim litúrgico do “A Caminho”».
O boletim cultural pretende ser «uma oportunidade para reflexões acerca dos acontecimentos culturais mais proeminentes, recensões de livros, crítica e análise cinematográfica, apreciação de um concerto musical, apresentação do vislumbre e da beleza de uma exposição de pintura, artigos de opinião que ajudem a reflectir a vida, entre muitas outras abordagens possíveis».
Os promotores lembram que «a “net” é hoje um meio em grande crescimento, onde qualquer pessoa ou instituição pode disponibilizar e partilhar informações e conteúdos relevantes». Por isso, afirmam, «os novos areópagos comunicacionais da era digital poderão ser uma óptima oportunidade para a Igreja anunciar com verdade e seriedade o Evangelho de Cristo, propondo a vida cristã como esperança para um mundo em mutação».
Qualidade e profissionalismo devem aumentar
O diácono Tiago Freitas refere que ao longo de um ano de actividade foi feito um esforço para melhorar o material que é apresentado na Internet. «Nunca chegámos a funcionar em papel», diz, explicando que a comunicação entre a equipa começou por se fazer por correio electrónico, depois veio o blogue e finalmente a página na Internet. Este responsável faz um balanço positivo da reacção das pessoas, pois a mensagem tem conseguido chegar a todo o país e mesmo ao estrangeiro, a países como a Alemanha ou Suíça.
O diácono sublinha a importância que é dada ao que as pessoas dizem nos espaços disponibilizados para deixarem os seus contributos, daí o objectivo de melhorar o funcionamento do fórum. No entanto, destaca que ainda existe «muita passividade». «Temos muitas pessoas de “download” [que descarregam para os seus computadores o material que é disponibilizado] e poucas de “upload” [que colocam o seu contributo em linha]», afirma, advertindo que os materiais disponibilizados são «uma base de trabalho e não o produto final».
A partir da experiência de trabalho na Internet, o diácono Tiago Freitas constata que «as pessoas procuram material com qualidade estética» e essa é uma área onde a Igreja «está a despertar». «A Igreja vai estando na Internet, mas não com a qualidade e o profissionalismo que poderia estar. Já se nota algum profissionalismo, mas ainda há muito caminho a percorrer», declara.
O segredo para o bom funcionamento do projecto passa pelo alargamento da equipa inicial e pela divisão de um trabalho que é «muito diverso e exigente». As tarefas estão divididas e os prazos de entrega estão estipulados, para que cada um possa gerir o seu tempo de maneira a cumprir o compromisso.
Em seu entender, a Internet pode ser usada pela Igreja em várias áreas, como por exemplo o apoio à catequese. «Não poderemos usar só a Internet, porque ela gera impessoalidade e a catequese exige a presença física. No entanto, pode ser usada para encontrar documentos, para permitir o contacto permanente ou para a partilha de experiências e materiais», exemplifica.
[Publicado no Diário do Minho, 18 de Maio de 2009]
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário